As aves do céu de Campinas: tucano, pica-pau e até maracanã encantam observadores da cidade

Elas chegam voando, pousam nas árvores de parques, quintais e calçadas, e às vezes viram até personagens de fotos e vídeos nas redes sociais. Em Campinas, é cada vez mais comum encontrar aves de diversas espécies colorindo os céus e chamando atenção pelo canto, pela beleza e pelo comportamento. Tucano-toco, pica-pau-verde-barrado, maracanã-pequena e até o discreto joão-de-barro estão entre os visitantes – ou moradores – mais frequentes.



Segundo o biólogo do Museu de História Natural de Campinas, Felipe Brocanelli, as espécies citadas são comuns no Estado de São Paulo e aparecem por aqui por duas razões principais: ou porque Campinas está em suas rotas migratórias, ou porque a cidade faz parte da distribuição geográfica natural dessas aves. Em ambos os casos, há fatores que favorecem sua presença.


“Essas aves estão em busca de alimento, abrigo, locais para fazer ninho ou até um parceiro sexual”, explica o especialista.


Quem são elas?

A lista de visitantes é extensa. O tucano-toco (Ramphastos toco) chama atenção pelo bico grande e colorido. O pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros) também encanta pela beleza. Já o gibão-de-couro (Hirundinea ferruginea), pequeno e ágil, é presença constante nas praças.

A maracanã-pequena (Diopsittaca nobilis) aparece em bandos, geralmente fazendo barulho e exibindo seu verde vibrante. O canário-da-terra (Sicalis flaveola) é conhecido pelo canto melodioso e pelas penas amarelas. O encontro (Icterus pyrrhopterus) é outro visitante alegre, fácil de reconhecer pelo colorido entre preto e alaranjado.

Entre os ninhos mais famosos está o do joão-de-barro (Furnarius rufus), que constrói verdadeiras casas de barro nos postes ou galhos mais robustos. Já o coró-coró (Mesembrinibis cayennensis), mais discreto, também marca presença em áreas verdes da cidade.


Um convite à observação

A presença dessas aves mostra que ainda é possível conviver com a fauna mesmo em grandes centros urbanos. Para quem deseja observar, parques como o Taquaral, a Mata de Santa Genebra e o Bosque dos Jequitibás são pontos privilegiados.

Fotografar e registrar essas aves ajuda a valorizar a biodiversidade urbana e estimula a saúde mental. Campinas pode ser, para elas, uma escala — mas também é casa. E a cada canto ouvido ou bico colorido que surge entre as folhas, um lembrete silencioso se faz presente: a natureza segue viva. Basta olhar pra cima.


Texto: Hidaiana Rosa

Imagens: Firmino Piton




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