Nagomi: o caminho japonês que ensina sobre autoconhecimento

Livro detalha importância do autoconhecimento - Foto: Matheus Reche

“Nagomi: A filosofia japonesa para viver em paz e harmonia”, de Ken Mogi, é um livro delicado e profundo, ideal para quem está em busca de amadurecimento. Mais do que uma leitura sobre bem-estar, é um convite a olhar para a vida com mais leveza, aceitação e consciência. O autor apresenta o conceito de nagomi como uma filosofia japonesa que valoriza o equilíbrio entre opostos, a convivência com as imperfeições e a busca por harmonia nas escolhas diárias — no corpo, nas emoções, nos relacionamentos e até nos sabores de uma refeição. Com esse conhecimento, explica o autor, a pessoa é capaz de lidar com os momentos desafiadores da rotina.


Enquanto lia o livro, me lembrei da minha psicóloga, que era japonesa. Sempre admirei a forma com que ela me escutava. Mesmo quando eu trazia uma situação difícil ou algo que considerava “errado”, ela acolhia com gentileza e me ensinava a olhar com o que ela chamava de “óculos da sabedoria”. Com ela, aprendi que revisitar o passado só faz sentido se for para aprender e seguir em frente com mais clareza. Também me inspirava o modo como ela buscava equilíbrio na própria vida — viajando, se exercitando, cuidando das emoções e valorizando tanto a cultura japonesa quanto a do outro. Ela era a personificação viva do nagomi.


O livro traz diversos exemplos práticos desse conceito. O nagomi da comida, por exemplo, mostra como os japoneses valorizam a mistura criativa de sabores e texturas como forma de prazer e equilíbrio. O nagomi do eu fala sobre a importância da autoconfiança, não como vaidade, mas como base para tomar decisões mais conscientes. O nagomi do amor propõe relações afetivas onde os parceiros crescem juntos, com respeito e espaço para mudança. O nagomi da saúde me tocou especialmente: trata da importância de comer com qualidade, se movimentar, cuidar do corpo e da mente como um todo. Há também o nagomi do aprendizado, que nos lembra de que nunca é tarde para aprender algo novo, e o nagomi da criatividade, que incentiva viver com leveza e curiosidade, abrindo espaço para experimentar o novo.


Esses ensinamentos têm tudo a ver com o conceito de homeostase, que aprendi na faculdade de Educação Física. Homeostase é a capacidade do corpo de manter o equilíbrio mesmo quando o ambiente externo muda — como manter a temperatura corporal mesmo em dias frios ou quentes. O nagomi seria, então, a homeostase da vida emocional: é sobre se ajustar, encontrar o centro, respeitar os limites e continuar. E esse tipo de equilíbrio só é possível quando a gente investe em autoconhecimento. Entender como você reage ao estresse, o que te alimenta emocionalmente, o que te paralisa e o que te move é fundamental para viver com mais sabedoria. Sem esse mergulho interno, a vida vira um acúmulo de respostas automáticas. Com ele, vira escolha.


Nagomi é um livro que abraça, provoca e orienta. Um convite para viver mais inteiro — por dentro e por fora. Ideal para quem precisa de orientação sobre como enfrentar momentos duros. 


Leitura de "Nagomi" é agradável e rápida - Foto: Matheus Reche


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